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África e Ásia devem concentrar o crescimento da população urbana nas próximas décadas

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Xangai, na China: cidade tem 16 milhões de habitantes a mais do que em 1990 e deve chegar a 30,8 milhões até 2030 (Foto: Achim Fischer/Flickr)

O mundo passou por transformações expressivas nos últimos 60 anos. Se em 1950 30% da população mundial vivia em áreas urbanas, hoje esse índice é de 54% e deve aumentar ainda mais até 2030. Algumas cidades já percebem queda em seu contingente populacional, enquanto outras ainda devem crescer mais em população antes de entrar em declínio.

Informações como essas podem ser encontradas no mapa World City Populations, que foi construído a partir de um dos mais completos relatórios para a compreensão do crescimento das cidades em todo o mundo, o UN World Urbanisation Prospects. Os dados mostram que as cidades vêm passando por mudanças em um ritmo sem precedentes na história. Xangai, na China, por exemplo, aumentou sua população em 16 milhões entre 1990 e 2015 e deve chegar a 30,8 milhões de habitantes em 2030.

Na década de 1950, Nova York ocupava o primeiro lugar na lista de cidades mais populosas do mundo. Hoje, a cidade já caiu para a 10ª posição e deve desaparecer da lista até 2030. São Paulo, em 1950, sequer aparecia na lista; subiu para a 5ª posição em 1990, hoje está em 4º lugar e até 2030 deve cair para 11ª posição. A diferença entre as duas é também a diferença que tende a ser percebida entre cidades de países desenvolvidos e de países em desenvolvimento: enquanto os primeiros já registram taxas de nascimentos mais baixas, os segundos, que viveram um desenvolvimento tardio, ainda devem ver a população aumentar nas próximas décadas antes de entrar em declínio.

 

 

Entre o séculos XIX e XX, os Estados Unidos e o Oeste Europeu lideraram o processo de industrialização e o crescimento das cidades, mas a população urbana dessas regiões já não registra expansão significativa desde os anos 1950. O crescimento recente, na verdade, é resultado da urbanização de países como China e Índia, bem como da América Latina e do continente Africano de forma geral.

Até 2030, o crescimento populacional deve se concentrar especialmente na África e na Ásia. Atualmente, mais da metade da população urbana do mundo está no continente asiático, com a China sozinha compreendendo 20% do total global. Em conjunto, os dois continentes representam 90% dos moradores urbanos e esse contingente deve aumentar em 2,3 bilhões de pessoas entre 2015 e 2050. Apenas três países – Índia, China e Nigéria – devem representar 37% do crescimento da população urbana mundial até 2050. A população urbana da Índia deve crescer em 404 milhões de habitantes; a da China, em 292 milhões e a da Nigéria, em 212 milhões. Não diferente, o contexto no Brasil também é de aumento da população urbana nas próximas décadas. Em 2030, a população de São Paulo deve somar 23,4 milhões de habitantes – 10,9% a mais do que a atual. O Rio de Janeiro, por sua vez, deve passar dos atuais 12,9 milhões para 14,2 milhões de habitantes em 2030.

Na medida em que o mundo segue evoluindo no processo de urbanização, os desafios do desenvolvimento sustentável estarão cada vez mais concentrados nas cidades, em especial naquelas de países de baixa e média renda, em que o ritmo da urbanização é mais rápido. Nesse contexto, políticas integradas para melhorar a qualidade de vida tanto da população urbana quanto da rural são extremamente necessárias. De equidade à saúde, educação, prosperidade e – não menos importante – sustentabilidade, as soluções precisam tocar as diferentes áreas a fim de melhorar a habitabilidade dos ambientes urbanos, construindo cidades mais inclusivas e eficientes para o futuro.


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